sábado, 6 de outubro de 2012

Já temos um povo e um barbeiro,(que sou eu;)os melhores do mundo!

Fazer humor com o povo a bater no fundo das suas vidas, com as familias a não terem meios para viver, os reformados com duas soluções, ou pagam uma consulta por sessenta euros, para tratar dos olhos ou ficam cegos, é para mim arripiante hironizar com estes desesperos sociais.
O meu estimado cliente trazia nos bolsos, os euros do corte, revoltos na modéstia da sua vida, perguntando-se se ainda lhe fazia o preço de há uns valentes anos já passados, em que nunca foi aumentado!
Claro, claro; disse-lhe.
É necessário viver e sentir estas pessoas, se porventura não pagarem o corte de cabelo, ficam felizes por pouco e eu que não tenho ódio aos ruinosos gestores deste pobre país, não posso ficar insensível ao discurso do Sr Mário Soares ,em Alenquer, ao dizer que os festejos da Republica, sem povo, não são festejos que se comemorem, quando se sabe  também ajudou com a sua fundação, no desastre que temos nas contas públicas.
Ás vezes gostava de" odiar, matar , esfolar na praça pública estes homens sem coração,"fico aliviado só e por este protesto escrito o que me basta numa tristeza interiorizada, por verificar que os culpados desta ruína nos que menos tem para viver, estão aí a fazer os discursos da sua falsidade sobre o povo, daí que fazer humor com este sangue suor e lágrimas das nossas gentes, jamais me perdoaria.
Agora graça e leveza no meu instinto de sobrevivência, foi aquela parangona do meu caro A. Agostinho, ao ensaboar-me a barba, porque lá dizia o meu saudoso mestre David, em Montemor; rapaz, rapaz, a barba bem ensaboada é meia feita, e o mestre que era mestre, tinha razão, já que vim a provar esse efeito ao longo da minha longa vida.
Agora o que ele nunca me disse, é que eu poderia vir a ser o melhor barbeiro do mundo, mas hoje posso morrer tranquilo, porque o bom do Agostinho, acabou por fazer justiça, não ao melhor do mundo, mas da minha rua, visto que lá estou só sem concorrencia ao galardão.




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